[Resenha] O Guia do Mochileiro das Galáxias - Douglas Adams

Nome: O Guia do Mochileiro das Galáxia
Título original: The Hitchhiker's Guide to the Galaxy
Autor: Douglas Adams
Gênero: Ficção científica
Editora: Arqueiro
ISBN: 
9788599296943
Ano: 2010
Páginas: 160

Classificação: ★ ★ ★ ★ 
Sinopse: Arthur Dent tem sua casa e seu planeta (sim, a Terra) destruídos em um mesmo dia, e parte pela galáxia com seu amigo Ford, que acaba de revelar que na verdade nasceu em um pequeno planeta perto de Betelgeuse.
Considerado um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica, este livro vem encantando gerações de leitores ao redor do mundo com seu humor afiado. Este é o primeiro título da famosa série escrita por Douglas Adams, que conta as aventuras espaciais do inglês Arthur Dent e de seu amigo Ford Prefect. A dupla escapa da destruição da Terra pegando carona numa nave alienígena, graças aos conhecimentos de Prefect, um E.T. que vivia disfarçado de ator desempregado enquanto fazia pesquisa de campo para a nova edição do Guia do Mochileiro das Galáxias, o melhor guia de viagens interplanetário. Mestre da sátira, Douglas Adams cria personagens inesquecíveis e situações mirabolantes para debochar da burocracia, dos políticos, da "alta cultura" e de diversas instituições atuais. Seu livro, que trata em última instância da busca do sentido da vida, não só diverte como também faz pensar.

Frase preferida: "Acho mais importante estar feliz do que estar certo"
Resenha:

O Guia do Mochileiro das Galáxias é um livro bem famoso do escritor Douglas Adams. Um livro pequeno, de apenas 160 páginas, mas que demorei MUITO tempo para ler. Mais por culpa minha do que do livro, confesso. Não estava com tempo e meus momentos de leitura eram dentro do ônibus ou em intervalos entre faculdade e curso, porém, eu não o levava na mochila, pois ele amassava. O resultado foi demorar meses numa leitura para uma semana, no máximo.

Este é o primeiro volume da Trilogia de Cinco. A história conta as aventuras de Arthur Dent e Ford Prefect. O primeiro é um homem comum da Terra, que está tentando impedir que derrubem sua casa. Seu amigo, Ford Prefect, é um E.T. disfarçado que ficou preso na Terra durante muitos anos. Ele fazia uma pesquisa para a nova edição do Guia do Mochileiro das Galáxias, um guia de viagens interplanetário. Quando o fim do mundo chega e o planeta Terra está prestes a ser destruído, os dois pegam carona numa nave alienígena e aí começam as aventuras pela galáxia.

"Por que a pessoas nascem? Por que ela morrem? Por que elas passam uma parte tão grande do tempo entre o nascimento e a morte usando relógios digitais?"

Para ser sincera, eu esperava mais. Eu vejo tantos fãs falando da obra, tantos comentários positivos acerca da genialidade do livro... Realmente, é um livro muito interessante, muito criativo (põe criatividade nisso!) e bem feito, mas não achei a melhor criação do universo. Não estou dizendo que não gostei, apenas que não me conquistou tanto quanto outros livros que li este ano.

O autor é realmente genial, a escrita dele, o sarcasmo e seu humor são fantásticos. Só acho que poderia ter dado nomes menos complicados para os personagens... Eu não me lembro de metade dos nomes que apareceram, muito menos saberia escrevê-los. Só lembro mesmo dos principais: Arthur e Ford, os protagonistas; Trillian, uma terráquea que Arthur conheceu e reencontrou numa nave em que sem querer foi parar; Zaphod, o presidente da galáxia que possui um mistério que nem mesmo ele sabe do que se trata; e Marvin, um robô depressivo que, no final, acaba sendo importante de uma forma bizarra e muito engraçada.

"Como todos sabem, palavras ditas impensadamente podem custar muitas vidas, mas nem todo sabe como esse problema é sério."

Apesar dos nomes, os personagens são bem descritos. A narrativa, em 3ª pessoa, flui bem, as críticas de Adams são bem estruturadas e disfarçadas com seu humor ácido. Debocha da burocracia e mostra de forma cômica como age um político. Em certos pontos, o autor nos faz refletir, nos faz perceber a semelhança de um livro de ficção científica com a realidade. Faz-nos ver o quanto somos manipulados sem nem mesmo nos darmos conta. Essas críticas com toque de sarcasmo foram o ponto forte do livro.

E eu finalmente entendi o significado de “42”. A resposta para a vida, o universo e tudo mais. Ainda restam algumas dúvidas sobre as coisas que ouço por aí – que devem ser sanadas nos próximos volumes. Também entendi o lance da toalha que, de tão importante, tem um dia para isso. O dia da toalha (25 de maio)! Afinal, o item mais importante do mochileiro das galáxias tinha que ser o símbolo dos fãs e a homenagem perfeita ao criador, não é?

“Segundo ele, a toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você -estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa.
Porém o mais importante é o imenso valor psicológico da toalha. Por algum motivo, quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, capa de chuva, traje espacial, etc, etc. Além disso, o estrito terá prazer em emprestar ao mochileiro qualquer um desses objetos, ou muitos outros, que o mochileiro por acaso tenha “acidentalmente perdido”. O que o estrito vai pensar é que, se um sujeito é capaz de rodar por toda a Galáxia, acampar, pedir carona, lutar contra terríveis obstáculos, dar a volta por cima e ainda assim saber onde está sua toalha, esse sujeito claramente merece respeito.
Daí a expressão que entrou na gíria dos mochileiros, exemplificada na seguinte frase: “Vem cá, você sancha esse cara dupal, o Ford Prefect? Taí um mingo que sabe onde guarda a toalha.” (Sancha: conhecer, estar ciente de, encontrar, ter relações sexuais com; dupal: cara muito incrível; mingo: cara realmente muito incrível.)”


Quanto a aparência do livro: a diagramação bem simples, separado em capítulos sem títulos, nada de muito especial. A capa, entretanto, eu achei maravilhosa. O adesivo de “Não entre em pânico”, o fundo de universo e os elementos que só entendemos após a leitura, juntos formaram uma capa sensasional. Senti falta das abas da capa e contracapa, isso ajuda a embelezar e a proteger o livro. De forma geral, é um livro bem feito.


Eu resolvi fazer esta resenha apenas para falar das primeiras impressões, pois acredito que quando eu terminar de ler todos os volumes, eu entenderei e gostarei mais da história, já que gosto bastante do estilo. Como eu havia falado, eu fiquei esperando mais do livro, pois achei que terminou muito cedo. Sabe aquela sensação de “é só isso?”, foi assim que fiquei quando terminei a leitura. Por isso, estou pensando que O Guia do Mochileiro das Galáxias só me deixará satisfeita após ler os outros quatro da série. Arthur e Ford precisam viver mais aventuras para me conquistarem de vez.

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