Um, dois, três e... Sense8!

A série vencedora da enquete que fiz há algumas semanas atrás foi Sense8. Demorei um pouco para assistir, pois estava cheia de coisas pra fazer, mas finalmente consegui assistir ao menos os três primeiros episódios para poder comentar aqui.


Tenho amigos que já me indicavam a série, são fãs já e me ensinaram que se fala “senseiti” e não “sensi eiti”. Só então que eu entendi o trocadilho do nome da série, pois é, sou meio lerda. Mas enfim...

Sense8 é uma série que te faz sair da zona de conforto: tem nudez, sexo (que me deixa um pouco constrangida, admito, parece uma pornô) e, com certeza, não é uma série para Felicianos e Bolsonaros da vida. Trata de assuntos como preconceito, aceitação, machismo e, entre outras coisas, é sobre respeitar as diferenças. E ainda tem bastante ação!

Com três episódios eu ainda não sei o que está acontecendo exatamente, mas estou começando a entender. Existem oito personagens que estão conectados por algo misterioso que eu ainda não entendi muito bem e pelo que pesquisei não vai ser totalmente explicado nessa primeira temporada. Os oito sensates são:


  • Will, um policial de Chicago que tem um grande senso de justiça; 
  • Capheus, um motorista de uma van (apelidada de Van-Damme) em Nairobi e que luta para ganhar dinheiro e conseguir remédios para sua mãe que tem AIDS;
  • Sun, uma coreana que é vice-presidente de uma importante empresa e sofre com machismo, mas é uma lutadora sinistra nas horas vagas;
  • Nomi, uma mulher hacker transexual lésbica que mora em São Francisco e é uma ativista dos direitos LGBT e que sofre com a não aceitação de sua família;
  • Riley, uma DJ que mora em Londres, adepta a drogas para fugir da realidade e que vive relacionamentos abusivos;
  • Lito, um famoso ator mexicano gay que ainda não saiu do armário e esconde de todo mundo o seu relacionamento com Hernando;
  • Kala, uma farmacêutica indiana que está de casamento marcado com um homem que não ama;
  • Wolfang, um ladrão que vive na Alemanha e é especialista em arrombar lugares/cofres;


Então, vamos começar a falar de como tudo começa...

Um: Ressonância Límbica


Esse episódio de estréia da série eu não entendi nada. Sério, é muito louco. Aparecem os personagens e aí do nada não são mais eles, mas outras pessoas. Aí tem uma mulher chamada Angelica, que só os sensates conseguem ver. Os sensates conversam entre si e quem está assistindo fica “o que que ta acontecendo?”
 
Não, mas falando sério, pesquisando um pouco e com a sequência da série você vai entendendo melhor. Quero destacar alguns pontos neste primeiro episódio. Ao contrário do que você possa pensar, os sensates não são heróis ou coisas assim, eles são pessoas comuns, com problemas como nós. O que faz com que haja bastante identificação com os personagens. Outra coisa, não queira entender o que está acontecendo logo de início, apenas continue a nadar, pois nem os sensates sabem ainda o que está rolando. Durante o episódio, eles vão vivenciando experiências uns dos outros e não fazem ideia do por quê.

Outro ponto que quero destacar foi o choque da realidade vivida por Sun. A Coréia do Sul é um país bastante sexista e Sense8 traz uma cena que me deixou chocada, mas não surpresa. Fiquei chocada no sentido de revoltada mesmo. Eu fiquei com nojo de como Sun foi tratada de uma maneira tão machista, mesmo tendo um cargo importante na empresa.


A série traz muitas boas reflexões, inclusive eu até levei uma para a faculdade, num debate em uma aula. Uma cena com o Will, onde ele salva um garoto criminoso, leva pro hospital e lá se recusam a tratar dele, mas Will insiste e acabam aceitando. Depois, uma enfermeira pergunta para o policial “Se ele sobreviver e matar alguém, um tira, por exemplo. Como vai se sentir a respeito?”. Eu não vou entrar no debate agora, pois o que eu queria ressaltar aqui é que a série possui muitas coisas para se pensar, não é uma série rasa, muito pelo contrário.

Dois: Eu também sou nós

"Hoje eu marcho para lembrar que eu não sou apenas eu"

Neste episódio começam a se aprofundar nas histórias dos personagens. Uma das melhores partes é protagonizada por Nomi, que desabafa em seu blog, dizendo como se sente e como sempre se sentiu sendo uma mulher num corpo de um homem e não sendo aceita por sua própria família.
Conhecemos mais do passado de Will e também dos sentimentos dos outros sensates. As visões com Angelica estão mais presentes do que nunca. E um homem chamado Jonas, também presente na visão começa a aparecer. Nomi, na Parada do Orgulho Gay, vê este homem e acaba desmaiando com o espanto em vê-lo. Vai parar no hospital e então conhecemos a mãe de Nomi, que insiste em chamá-la de Michael. Coisas estranhas começam a acontecer.
Enquanto isso, Will investiga sobre a mulher de suas visões para provar que não está louco e acaba descobrindo nas gravações da Igreja abandonada (local onde Angelica aparece) que alguém apagou uma parte da filmagem.


Uma cena que gostei bastante foi quando Daniela, a amiga de Lito que todos acham ser namorada, chega no meio da noite na casa de Lito e o surpreende com Hernando, o namorado do ator. É uma cena bem engraçada e interessante.
O episódio termina com Will perseguindo Jonas, o homem que estava com Angelica em suas visões e um terrorista procurado pela polícia.

Três: Aposte tudo na magrela

                                                                    
Sem dúvida foi meu episódio favorito até agora. Teve bastante ação e eu começo a entender melhor a ligação entre os sensates e como isso vai afetar a vida deles.
O episódio começa dando continuidade ao segundo: Will acorda em um hospital após sofrer um acidente na perseguição do criminoso.
 
A parte engraçada fica por conta do trio: Daniela, Lito e Hernando. Sério, eles são hilários, principalmente o Hernando com seu sarcasmo e sua sinceridade! Daniela confessa que precisa de um lugar para ficar, pois irritou um cara que é obcecado por ela e, posteriormente, isso dará problemas para o próprio Lito.
 
Nomi continua no hospital e a cirurgia autorizada pela sua família, mesmo contra sua vontade, se aproxima.
Ainda não sabemos muito de Riley nem de Wolfang ou Kala (que parece estar pensando em seu dilema o tempo todo, será que ela vai casar com o noivo mesmo?), mas começamos a saber mais de Sun. A coreana é uma lutadora! No sentido literal da palavra. Ela vai para um ringue e luta contra um homem. Daí o nome do episódio “Aposte tudo na magrela”.
 
Enquanto isso, conhecemos mais de Capheus, sua pobreza e seu desespero para arranjar remédios para sua mãe, vítima de AIDS. Quando precisa passar com a Van-Damme por uma área mais perigosa, ele e seus passageiros são assaltados e os bandidos levam os remédios de sua mãe. Num momento de coragem, Capheus decide ir atrás dos assaltantes para recuperar o que lhe roubaram. É a partir daí que o episódio fica eletrizante. Como eu disse para uma amiga: o episódio foi tiro, porrada e bomba! E as ligações entre os sensates se mostram muito preciosas e necessárias.


Cada episódio termina te instigando a continuar assistindo os próximos. A série traz uma proposta muito boa e se os produtores não se perderem – o que não acho que vá acontecer – Sense8 pode entrar na lista dos favoritos.
Acho que sense8 é um tipo de série que deve ser degustada calmamente. Parar para refletir, saborear os temas apresentados, aprender mais, principalmente, sobre os sentimentos do outro. Pois aqueles personagens ali, apesar de toda a anormalidade da ligação e dos mistérios, são pessoas comuns. E isso é o mais incrível!


Quem aí já assistiu? Gostou? Qual a sua opinião? Sem spoilers, por favor! Deixe seu comentário!



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