Entrevista com Helena Souza, autora de (Im)Perfeição

Oi pessoas, tudo bom?

Faz um tempinho que não trago uma entrevista para vocês e resolvi acabar com esse hiatus! Hoje vocês vão conhecer um pouquinho mais da autora Helena Souza. Ela é autora do Romance Policial (Im)Perfeição, seu livro de estreia, cuja resenha você pode conferir aqui.

Sinopse: Forest Hill, 2013. A cidade está em tensão, ninguém sabe quem será o próximo, bom, devido aos últimos três corpos encontrados, garotas loiras são as que correm mais perigo. Alguns meses atrás ninguém naquela pacata cidade poderia imaginar que alguém entre eles, algum vizinho, amigo, ou conhecido poderia ceder à loucura e começar a caçar pessoas para matar. Mas agora está tudo diferente, todos são suspeitos. A polícia trabalha sem descanso em busca do responsável, mas quem está por trás disso é alguém bem engenhoso, sabe muito bem onde agir e como agir. O telefone não para de tocar, são cidadãos apavorados que dão nomes aleatórios somente para que aja uma prisão logo, isso faz com que as investigações não avancem da maneira desejada. O resultado? Após 10 meses e com um saldo de 6 jovens mulheres encontradas mortas na região do pântano próximo a cidade, o assassino simplesmente parou de atacar. Nunca fora pego.
Forest Hill, 2015. Lentamente a cidade voltou ao seu ritmo, o medo aos poucos havia desaparecido e os moradores passaram a sorrir com mais frequência. Sophie Fields voltou há alguns meses para a cidade, formada em artes visuais, seu senso de dever a faz ajudar a mãe na padaria. Josh Sanders é filho de um conhecido detetive da cidade e, por consequência, acabou se tornando um. Tanto pai como filho trabalharam no caso Maníaco do Pântano, que assolou a cidade há dois anos, depois disso o pai se aposentou e o filho agora é o único Sanders detetive.
(Im)Perfeição é narrado através das perspectivas de Sophie e Josh, dois jovens que, em meio a um romance, descobrem que o terror que todos pensavam ter acabado, decidiu voltar.
Sobre a autora: Sempre foi um pouco reclusa devido a sua timidez. Desde criança é um poço de histórias, seja brincando com bonecas ou sozinha imaginando situações. No fundamental, enquanto todos faziam cara torta quando os professores pediam uma redação, ela abria o sorriso e fazia com gosto, então descobriu sua habilidade: a escrita. Aos 12 anos se considerava uma escritora de gaveta, teve vários cadernos com textos, poemas e histórias. Aos 15 anos decidiu escrever seu primeiro livro, mas um tempo depois, tudo começou ficar corrido, então ela desistiu. Mas aos 17 engatou outra história e desde então sua mente não para de pensar em novas coisas.

Ficou interessado no trabalho da autora? Vem conhecer mais, então! Vamos à entrevista!

DNA: Como você soube que queria ser escritora?
Helena: Eu sempre tive uma facilidade enorme em escrever textos, mas nunca tive pretensão alguma. Aos 15 anos, época em que eu era doida por Meg Cabot e semelhantes, comecei a escrever um livro do tipo, mas nunca sai do terceiro capítulo. Aos 16 comecei um de fantasia que, apesar de ter estruturado a história e achar ela muito legal, abandonei no primeiro capítulo. Todas essas vezes eu sabia que queria escrever, mas não sabia que queria ser escritora, foi somente aos 17 para 18 anos que comecei a pensar nisso como "caramba, eu quero ser escritora!", eu estava em um momento ruim do meu primeiro curso superior e amando cada vez mais jogar RPG. E casou de ter a ideia para (Im)Perfeição justamente nessa época. No final, tudo se encaixou.

DNA: Como surgiu a ideia da história? Como foi o processo de criação de um serial killer?
H: Eu sempre fui apaixonada pela mente humana, então histórias de psicopatas me atraem muito. Algumas vezes passo meu tempo assistindo documentários e lendo sobre casos. E claro, sou fissurada por séries policiais. Receita perfeita para que um dia, no meio de uma viagem de férias, a ideia surgisse inesperadamente na minha cabeça. Foi tudo tão instantâneo e natural que eu não podia fazer nada além de passar para um papel tudo o que aparecia na minha cabeça. O processo de criação foi incrível! Espero que a polícia não tenha suspeitado do meu histórico do navegador, porque a coisa foi profunda! Eu tenho constantemente essa sensação de que não sei de nada por mais que eu corra atrás, então pesquisei com afinco casos, comportamento, depoimento, tudo que poderia me dar um norte de como um psicopata pode pensar e agir. As vezes me pegava tão envolvida com o personagem que tinha que voltar e reescrever de uma maneira mais leve o trecho, afinal, chocar nunca foi meu objetivo.

DNA: Romance Policial é um gênero bastante trabalhoso, onde tudo precisa se encaixar no final. Você ficou com medo ou receio da história ter algum furo ou você já tinha em mente todos os detalhes sórdidos?
H: Eu morri de medo! Como disse, por mais que pesquise, sempre fico achando que não sei de nada e que vai ter alguma coisa errada. Fora que sou esquecida. Para evitar o desastre de uma história cheia de buracos e não coerentes, por mais que eu já tivesse escrito antes alguns detalhes, fiz tudo o que eu podia: roteiro detalhado no papel, documentos no word, excel e bloco de notas, todos divididos e explicando cada parte da história. Foi trabalhoso, mas muito gostoso de fazer. Sempre que escrevia algo, ou conferia ou acrescentava nesses lugares. Fiquei no pé nos meus amigos que fizeram a leitura crítica para saber se realmente tudo estava bem, se as informações batiam e todas as outras dúvidas existentes quando o assunto é uma história policial. Por mais que uma coisinha e outra tenha escapado, agradeço demais eles por terem me ajudado a me manter concentrada.

DNA: Na criação do assassino de (Im)Perfeição, você se inspirou em algum serial killer da vida real? Se sim, qual?
H: Me inspirei em um bem famoso, mas não vou falar qual porque fico naquela preocupação de acertarem antes mesmo de se aprofundarem na leitura. Mas posso dizer também que a ficção ajudou.

DNA: Você já quis mudar algo no livro depois de publicado?
H: Alguma coisa grande, que mudaria o percurso ou que impactaria na cena do momento, não. Fiquei satisfeita com o que fiz. Agora, os errinhos que escaparam da primeira revisão, sim, tanto que já mudei pra próxima.

DNA: Falando nisso, pode nos contar um pouco sobre sua experiência em fazer uma publicação independente?
H: Como tudo, a publicação independente tem seu lado bom e ruim. Dá um pouco de dor de cabeça fazer sozinha tudo o que precisa ser feito. Correr atrás de ISBN, ficha catalográfica, revisão, os registros necessários para publicação e coisas semelhantes, faz com que percamos algumas horinhas. Mas a parte boa certamente é ter tudo em seu próprio controle. Você é a única pessoa responsável por seu livro, então ele vai ser exatamente igual ao que imaginou. O alcance do público é mais limitado do que por meio de editora, mas isso não tira o prazer de ter uma obra publicada. A experiência que ganhei é muito válida, depois de "apanhar" no começo, passei a ficar mais atenta em alguns processos na fabricação de livros - fazendo com que eu ficasse mais rigorosa na escolha das minhas leituras.

DNA: Em sua opinião, qual a maior vantagem e a maior desvantagem de ser escritor?
H: A maior desvantagem com certeza é a dificuldade de sobreviver apenas disso. Se compararmos o tanto de escritor que vive só de seus livros com o tanto que precisa de um emprego mais regular pra ter seu sustento, é um pouco desanimador. Mas a vantagem sem dúvida alguma é ter o poder de libertar a criatividade, é muito bom criar coisas, dar rumo para elas, é a oportunidade que temos de ser várias pessoas em uma só. E, partindo para um motivo mais pessoal, isso melhora muito nas relações interpessoais, afinal, para você criar uma pessoa crível no papel, precisa conhecer as de carne e osso.

DNA: (Im)Perfeição daria uma ótima série televisiva! Concorda? Ou você preferiria que virasse um filme, se houvesse uma adaptação? Por quê?
H: A primeiro momento, claro que sim! Ver sua história tomando vida de maneira visual deve ser o desejo de todo o escrito. Porém, depois bate o medo de estragarem, principalmente em séries. Geralmente são super fiéis na primeira temporada e depois vai declinando, declinando, declinando até que a própria audiência pede pelo fim. Mas então o pensamento de que seria incrível ver minha história em uma tela - seja a de tv ou a do cinema - volta e eu fico sonhando novamente.
Olha o trauma com Dexter.

DNA: Qual seu personagem preferido no seu livro? Por quê?
H: Pergunta difícil essa. Sinto muito carinho por Eve e por Louise. As duas tiveram vidas complicadas, cada uma a sua maneira, e ambas sobreviveram. Com certeza as duas são minhas maiores xodós do livro.
 
Louise Torv

DNA: Como você é como leitora? Seu gênero preferido? Alguma mania? Livro preferido?
H: Ultimamente? Sou uma leitora de teóricos. A universidade tem me consumido, mas literatura ainda resiste. Mesmo que de uma maneira mais lenta, eu ainda sou fiel à ficção. Não tenho um gênero preferido, mas tenho queda por chick lit, provavelmente por ter sido o gênero que mais li durante minha primeira fase de viciada em livros, aos 13/14 anos. Tenho mania de sempre ler a última página do livro antes mesmo de começar a lê-lo! Fico tão ansiosa pelo final que não me aguento, já aconteceu de eu decidir ler ou não só pela maneira que o autor escreveu o final. Tenho dois preferidos, o primeiro é O Pequeno Princípe, ele foi o primeiro que li e o primeiro que tive, o outro é A Casa Negra, do Stephen King e Peter Straub, foi o primeiro de terror que li, isso me marcou muito.

DNA: E como autora, qual seu maior sonho?
H: Ser reconhecida e criar boas histórias. Não deve ter coisa melhor do que fazer continuamente o que gosta e as pessoas apreciarem isso.

DNA: Como é sua relação com os leitores? E com outros autores nacionais?
H: Eu fico pior do que fã conhecendo celebridade. Sempre quando alguém chega falando sobre o que escrevo já me derreto e quero colocar a pessoa em um potinho. É aquilo sobre reconhecimento, a gente fazer o que gosta e ter gente que gosta do que fazemos é maravilhoso, por mais que o dia a dia possa ser corrido, sempre teremos uma carga de ânimo - olha que papel cada leitor tem na vida do escritor, hein . Quanto a autores nacionais, eu sou muito tímida! Sou amigas de alguns e, quando vejo que esses amigos conhecem outros, sempre que vejo eles se relacionando fico naquele sentimento de dor e sofrimento "oi, vamos ser amigos, porém, tenho vergonha". É triste.

DNA: O final do livro deixa em aberto possibilidades de novas histórias com Sophie e Josh ou de outros personagens. Tem algum projeto em mente para o futuro? Algum livro ou conto em andamento?
H: Me apeguei demais na história, queria muito fazer um spin-off ou até mesmo um conto, mas não no momento, primeiro quero deixar os personagems com umas férias. Me viram por muito tempo, quero que eles deem uma espairecida para depois me contarem que rumo querem tomar na vida após todo esse incidente que teve na cidade.

DNA: Para finalizar, deixe um recado para seus leitores, um conselho para quem está começando e sonha publicar um livro e o que mais você quiser falar.
H: Para meus leitores quero agradecer de coração por terem dado uma chance para mim e por me acompanharem. Seja no blog, no wattpad, onde for. Estou planejando novas histórias pra gente! E para quem está começando: não desista. Pode parecer difícil e/ou complicado no começo, mas se é isso que você quer, continue. Não se apegue muito ao tempo, que fique um, dois, três, quatro anos escrevendo, mas que escreva. Escreva aquilo que gosta e aquilo que quer. Enfim, sou apaixonada por esse mundo e dele não quero sair. Espero continuar a conhecer pessoas tão legais e receptivas quanto você Carla, muito obrigada pelo espaço que me proporciona!

Eu que agradeço pelo tempo dedicado a essa entrevista e por ser uma fofa. Obrigada!

E aí, curtiram a entrevista? Espero que sim, pois eu adorei! Para saber mais da autora, visite suas redes sociais:




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