Setembro Azul - Dia Nacional do Surdo: Indicações Literárias


Olá caro leitor!
Hoje é um dia especial de um mês mais especial ainda! Dia 26 de Setembro é a data em que se comemora o Dia Nacional do Surdo. Este mês é chamado de Setembro azul e é uma iniciativa para a inserção das pessoas surdas na sociedade e uma comemoração para vários feitos importantes para a comunidade surda. Pretendo fazer posts especiais esta semana (até dia 30) com entrevistas, indicações, resenhas e o que mais puder com relação a surdez. Não sei se vai dar todos os dias, mas pretendo postar ao menos duas entrevistas e uma resenha de filme, além do post de hoje.

Eu, como futura fonoaudióloga, fico muito feliz em participar de uma iniciativa tão linda como essa. A ideia, assim como a do Setembro Amarelo, surgiu com os parceiros do grupo BLU e espero que os blogs não deixem passar em branco essa data - deixem em azul! haha


Primeiramente, gostaria de deixar algumas informações sobre o Setembro Azul. E agradecer a Nuccia por nos ajudar com essas explicações.
A comunidade surda chama de "Setembro Azul" o mês que marca datas e feitos importantes na história de luta e conquista dos direitos dos surdos, de forma linguística e cultural. É uma forma de promover a cultura surda junto ao seu país.

Comunidade surda = grupo de pessoas (surdos e ouvintes) que se identificam de forma cultural. Apresentam língua (não é linguagem!!!! Saiba mais AQUI) própria, datas comemorativas, história particular dentro do país onde vivem. Todos os surdos fazem parte da comunidade? NÃO! Só tem surdos dentro da comunidade surda? NÃO!

Por que AZUL? A cor foi escolhida pelo surdo Dr. Paddy Ladd no XIII Congresso Mundial de Surdos na Austrália, durante uma cerimônia que homenageou as vítimas surdas da Segunda Guerra Mundial. O azul era a cor da faixa que os surdos e outras pessoas portadoras de deficiência eram obrigados a usar no braço como identificação. No nazismo, deficiência era sinônimo de incapacidade, de impureza.


No dia 10 de setembro se comemora o Dia Internacional da Língua de Sinais. Aqui no Brasil, a língua de sinais (Libras - Língua Brasileira de Sinais) foi reconhecida como língua oficial na Lei Nº 10.436 de 24 de abril de 2002 (que é o Dia Nacional da Libras) e Decreto Nº 5.626/2005, respeitando os valores da Linguística e Cultura dos Surdos. Essa lei definiu a Língua Portuguesa como segunda língua dos surdos integrantes da comunidade e o direito por Escolas Bilíngues para surdos. Lembrando que cada país tem sua própria língua de sinais e que ainda não há uma língua de sinais universal, como o inglês é para a língua oral.


Já no dia 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência. A ideia é refletir e buscar inovações para garantir a inclusão social de todos.


A comemoração do Dia Nacional do Surdo é dia 26 de setembro, reconhecida e assinada pelo ex-Presidente do Brasil Luis Inácio Lula da Silva na Lei Nº 11.796 de 29 de outubro de 2008. Neste dia, no ano 1857, foi criada a primeira Escola de Surdos no Brasil na cidade de Rio de Janeiro: o Instituto Imperial de Surdos-Mudos, hoje INES - Instituto Nacional de Educação de Surdos. Sob a direção do professor francês e surdo Ernest Huet, a convite do Imperador Dom Pedro II, o Instituto lecionava aulas para surdos internados, usando a Língua de Sinais Francesa, o que influenciou diretamente na construção da Língua Brasileira de Sinais.


Internacionalmente também se comemora o dia dos surdos, no dia 30 de setembro: "Dia Internacional dos Surdos". Escolheram esta data por causa do Congresso de Milão, ocorrido no mês de setembro de 1880, no qual foi analisado e determinado a proibição do uso das Línguas de Sinais na educação dos surdos em qualquer país do mundo.

Por tudo isso, considera-se o mês de setembro de grande importância para os surdos dentro e fora da comunidade, mais especialmente para os de dentro. Durante todo o mês, costumam acontecer eventos, seminários, palestras, apresentações teatrais, caminhadas, encontros, etc.

(O blog da Nuccia tem muitas informações, caso queira saber mais)

Bom, agora que sabemos mais sobre a cultura e comunidade surda e também sobre o Setembro Azul, vamos a algumas indicações da literatura surda. E o primeiro é um livro que já tenho namorado faz um tempo chamado Pérolas da minha surdez, escrito pela Nuccia, que ajudou no post de hoje. Ela fala sobre como foi perder a audição de uma hora para outra e trata do assunto com bastante humor.

Sinopse: Música, buzina, despertador e então... silêncio. Como se acostumar a não ter som e precisar aprender a se comunicar novamente?As pessoas dizem verdadeiras pérolas sobre surdez, pois a maioria desconhece o assunto. Não compreendem o que é lidar com a ausência de um sentido tão importante, algo que sempre teve, sempre fez parte da sua vida, até o perder. E, então, ter de reinventar todas as suas verdades.
Nesta obra, a autora narra experiências de sua vida após o diagnóstico de surdez total irreversível, buscando ampliar o (re)conhecimento sobre o tema na sociedade. São histórias singulares, divertidas e complicadas, sobre paixões, curiosidades, tecnologias, preconceito, aprendizado e, principalmente, luta e força de vontade. 
Um livro que trilha o caminho em direção dos que almejam encontrar respeito aceitação e voz.


A segunda indicação é Surdo Mundo, de David Lodge. Um livro divertido sobre um homem chamado Desmond Bates, que está perdendo a audição e causa muitas confusões nesse processo. Uma história que mistura drama e comédia na medida certa.

Sinopse: Desmond Bates está ficando surdo. E a crescente incapacidade de distinguir os sons não faz outra coisa que não seja gerar confusão - para ele e para todos à sua volta. O que seria um acontecimento dramático na vida de qualquer um toma, neste caso, contornos irônicos. A existência desse privilegiado e entediado inglês se vê ameaçada quando Alex, uma atraente e desequilibrada aluna de graduação, faz ele prometer que a ajudará com sua tese. Porém, ela parece buscar seu apoio também para questões não tão acadêmicas - Ou seria tudo um grande mal-entendido? Em seu 13º romance, David Lodge coloca em cena um homem de meia-idade tentando se apaziguar com a surdez e com a proximidade da morte, com a comédia e a tragédia inerentes à vida humana. 


E a terceira e última indicação é Crônicas da Surdez, da Paula Pfeifer. É uma biografia que traz textos sobre a deficiência auditiva, informações que muitas pessoas não sabem. Fala do preconceito e traz depoimentos de leitores também.


Sinopse: Nesta obra, Paula Pfeifer discute um assunto que, por vezes, se torna tabu; a deficiência auditiva, que tanto afeta a comunicação e a interação humanas. Porém, a autora passa longe da autocomiseração e mostra que os surdos podem e devem levar uma vida feliz, independente e produtiva. Dividido em três partes, o livro relata como Paula lidou com as dificuldades e as agruras da surdez, traz textos que ela escreveu no blogue Crônicas da Surdez, além de apresentar depoimentos emocionantes de leitores. Temas como preconceito, tecnologia, mercado de trabalho e bullying são apresentados de forma leve, sem julgamentos, permitindo aos deficientes auditivos, a seus familiares e a profissionais de saúde refletir sobre as experiências cotidianas e sobre a capacidade de superação inerente a todos nós.


Por hoje é isso, já sei que o post ficou enorme e, sem mais delongas, me despeço. Mas fiquem ligados no blog que deve ter resenha e entrevistas durante a semana!! Até!



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