Não se
lembra do que se trata a coluna? Ok, não te julgo. Passou muito tempo desde a
última vez, realmente. Mas não tem problema, eu explico novamente. Cariótipo
para quem não sabe é um exame que analisa a quantidade e a estrutura dos
cromossomos em uma célula, em outras palavras, é onde vemos as características
(genéticas) de uma pessoa. “É O QUE? ENTREI EM UMA AULA DE BIOLOGIA E NEM
PERCEBI?” Calma, gafanhoto! Só expliquei isso para que você entenda a ideia da
coluna: conhecer a fundo um autor específico, faremos um cariótipo do autor, falando sobre sua vida, suas obras e também
algumas curiosidades.
E hoje é
sobre aquele que ou amam ou odeiam: Raphael Draccon, senhoras e senhores!
Eu já fiz
resenha aqui dos três livros de Dragões de Éter, trilogia fantástica do
Draccon. Mas afinal, quem é esse cara?
Raphael Draccon é um carioca, nascido em 1981, cuja carreira
começou muito jovem, aos 16 anos, como digitador e redator de jornais locais.
Foi professor de artes marciais num dojo e fez faculdade de cinema, cuja
especialização em escrita cinematográfica lhe rendeu um Prêmio de
Mérito da American Screenwriter Association (ASA) por seu
primeiro roteiro de longa-metragem, chamado “In Your Hands”, um drama
sobrenatural. Segundo o site do próprio Draccon, “O roteiro foi entregue por
Stuart Manashil, da Creative Artist Agency (CAA), a Will Smith,
e também a James van Praagh, escritor best-seller e produtor da série para
televisão “Ghost Whisperer”. Incrível, não?
Ainda nos tempos de faculdade, com 22 anos, escreveu sua
primeira série de livros: Dragões de Éter. Essa trilogia virou minha queridinha
em 2015, quando a li. Vocês podem conferir mais da minha opinião sobre o
primeiro livro – só do primeiro, para não pegar spoilers – AQUI. Dragões de
Éter é do gênero fantástico e tem um narrador um tanto peculiar. A escrita de
Draccon causa estranhamento de início, mas você acostuma e, em minha humilde
opinião, até se apaixona pela narrativa um tanto quanto diferente. O autor
reconta as histórias infantis, modificando-as e introduzindo novos elementos a
uma história bastante original, apesar dos personagens já conhecidos.
“Estamos diante de uma geração de leitores mais jovens que nasceram conectados. Hoje eles terminam de ler um livro e entram na comunidade virtual do autor, escrevem e compartilham finais alternativos, vão atrás de games baseados na obra. E isso passa pela cabeça do autor quando ele compõe. Então, por exemplo, a gente pensa em um personagem que some em um capítulo do livro e relata, num conto extra disponível no site, o que aconteceu com ele. Nas comunidades, o leitor opina, propõe histórias… Os fãs de Dragões de Éter criaram um personagem que irá entrar no próximo livro da minha série. Esse é o conceito de literatura 3D.“
Além de Dragões de Éter, Draccon também escreveu Espíritos
de Gelo, Fios de Prata – Reconstruindo Sandman e a série Legado Ranger, com
três livros lançados. Em suas obras, é clara a inspiração em autores como Neil
Gaiman (de quem também fizemos um Cariótipo aqui), assim como em coisas da
cultura pop, como o jogo Final Fantasy, que recebe muitas referências na
trilogia de Nova Ether.
Hoje, Raphael mora nos EUA com sua esposa e também
escritora, Carolina Munhóz. O casal mais fofo que você respeita! O autor também
entrou para a equipe de roteiristas da Globo em 2015, participando da criação
da minissérie Supermax. Sem dúvida, um sucesso, não é verdade? Ele merece!
Se palavras pudessem definir pessoas, talvez a que mais se
encaixasse em Raphael Draccon, seria “sonhador”, eu diria. Felizmente, os
limites não são impostos por definições e Draccon não apenas sonha, mas faz
outros sonharem. Obrigada, Raphael!
E por falar em sonhos, ano passado saiu a notícia de que teremos
o quarto livro da série Dragões de Éter! Com provável lançamento para 2017, mas
nenhuma data confirmada, o quarto volume já possui título: Dragões de Éter –
Estandartes de Névoa. Não temos muitas informações concretas ainda, mas já
podemos surtar por estarmos tão perto da tão sonhada continuação da série! Só
vem!
Espero que tenham curtido esse retorno da coluna Cariótipo. Que autores vocês gostariam de ver aqui? Comentem aí!