Hoje é dia de entrevista! Batemos um papo com o autor de Nildrien - O Pergaminho, vem conferir!
Sobre o autor: Manoel Batista é um escritor e roteirista natural de Santos (SP). Desde a infância sempre foi um aficionado por enredos de fantasia e ficção, desenvolvendo suas histórias e personagens. Apresentado aos fantásticos cenários de RPG, buscou inspiração e viu a oportunidade de dar vida a seus mundos, personagens e tramas. Cursou História e teve diversos empregos, mas encontrou na escrita e na narração de histórias sua verdadeira e definitiva paixão. Autor de Nildrien - O Pergaminho.
Caso queiram saber mais do livro, eu já fiz uma resenha de Nildrien em formato de vídeo, inclusive, foi a primeira vídeo-resenha do canal!
Interessados em saber mais sobre o autor? Então vem comigo!
DNA: Oi, Manoel! Obrigada por ceder esse tempinho para essa entrevista. Conte-nos um pouco sobre você e sua obra. Quando você decidiu que queria escrever um livro?
Manoel: Olá, eu que lhe agradeço pela oportunidade e por todo
interesse. Bem, falar sobre si mesmo, sempre é um pouquinho complicado, mas
vamos lá. Sou de Santos-SP e estive por aqui praticamente toda minha vida. Sou
de uma família de classe média, então posso dizer que nada me sobrou, mas muito
menos me faltou. Desde cedo criei interesse por leitura, um de meus hobbies
favoritos na época, que foi se desenvolvendo com os anos. Comecei com leitura
de Hq’s, aos sete, oito anos, devorava pilhas dela, colecionando-as. Também
sempre tive um amor muito grande por games, principalmente os de RPG, com
temática fantástica. Somado a isso sempre gostei demais de músicas
instrumentais e heavy metal, com o mesmo tipo de tema, então acho que tudo isso
acabou contribuindo muito para no futuro vir a escrever literatura fantástica,
em especial Nildrien. Também cheguei a fazer faculdade de história e ter alguns
outros trabalhos, mas escrever e contar histórias foi o que sempre quis
realmente da vida. Sobre quando decidi, na realidade Nildrien era um simples
RPG, criado sem nenhuma pretensão além de entreter uma roda de amigos em finais
de semana que tínhamos disponíveis para jogar. Mas a medida em que o mundo
evoluía, a história e os personagens, meus companheiros de RPG diziam que a
história estava ótima e que eu deveria tentar escrevê-la, que com certeza
outras pessoas a curtiriam bastante. Bem, e agora estamos aqui rs.
DNA: E como você teve a ideia pra o mundo fantástico de Nildrien?
Manoel: Como disse, Nildrien começou apenas com a pretensão de
entreter o nosso grupo de RPG, a princípio. Jogávamos bastante na época e eu já
tinha mestrado (o jogador que cria e desenrola a história, um narrador, que
controla a maior parte dos personagens) algumas outras histórias. Apesar do
pessoal gostar, eu nunca realmente tinha me empenhado nessas histórias, mas
resolvi, apesar de ser uma brincadeira naquele tempo, dedicar-me a criar uma
história de verdade. Aí começaram a vir às ideias e a por tudo no papel e
Nildrien passou a existir a partir de coisas e personagens de meu gosto. Quando
dei por mim o mundo estava super complexo e com uma vida própria.
(Os livros e personagens sempre criam vida própria, né? haha)
Manoel: Sim, sem dúvida. Já estamos providenciando isso também
para uma segunda edição do Pergaminho, além de um apêndice com as devidas
informações, para deixar a leitura mais completa.
DNA: Nildrien – O Pergaminho foi o primeiro de quantos livros?
Pretende fazer contos para sabermos mais sobre os personagens individualmente?
(Eu gostaria muito de saber mais sobre Lóris e Josh haha)
Manoel: A princípio a intenção é a de que Nildrien seja uma
trilogia. Claro que dependendo da recepção do público e do interesse em seguir
acompanhando a jornada desses personagens podem haver mais livros e histórias,
mas digamos que “o ciclo”, iniciado em “O Pergaminho”, se encerrará no terceiro
livro. Contos eu tenho dois já escritos e prontos para lançar no futuro. Um não
posso revelar ainda, o outro seria a origem de Haoru Thunhak, mestre de Reks e
um dos grandes heróis de Nildrien. É um conto tão grande que poderá facilmente
dar um livro de médio para grande porte, mas acredito que ainda não é hora de
se revelar a história de Haoru rs. Sobre Lóris e Josh especificamente não posso
falar muito, mas posso te garantir que vai haver muito material sobre ambos no
futuro rs.
(AAAAAA)
(AAAAAA)
DNA: Qual você diria que foi a mensagem principal que você quis
passar com seu livro?
Manoel: Bem, em primeiro lugar minha intenção foi criar uma
história que fosse prazerosa e capaz de entreter o leitor, fazendo-o viajar por
cenários fantásticos ao lado de muitos personagens, que seriam “gente como
a gente”. Dessa forma, cada personagem transmite algum tipo de mensagem, seja
positiva ou negativa, acredito que todos tem algo a dizer. Isto posto e na soma
de todos os fatores, diria que a principal mensagem é que nem tudo que brilha é
luz e nem toda sombra é trevas. E muito menos luz e trevas são representações
absolutas de bem e mal. E por último levantar a questão: bem e mal é algo tão
maniqueísta, ou pode ser também pontos de vista diferentes?
DNA: Em sua opinião, qual a maior vantagem e a maior desvantagem de ser escritor?
DNA: Em sua opinião, qual a maior vantagem e a maior desvantagem de ser escritor?
Manoel: A maior vantagem para mim, com certeza é a quantidade de
pessoas diferentes que você acaba conhecendo. Desde a publicação de Nildrien
tenho recebido tanto carinho que não sei às vezes como retribuir,
principalmente quando me torno amigo de leitores, blogueiros/booktubers. Ver
pessoas se importando, comentando, torcendo por personagens que só faziam parte
de meu imaginário há alguns anos também é algo muito louco. A desvantagem eu
diria que é a competição extremamente acirrada com outros autores nacionais e a
briga por espaço. Enquanto os autores nacionais não compreenderem que somos
todos colegas e não adversários, a literatura nacional vai seguir em grande
desvantagem contra a internacional.
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DNA: E como escritor, qual o seu maior sonho?
Manoel: Meu maior sonho é poder de alguma forma alegrar e
emocionar as pessoas que acompanhem as minhas histórias. Pode soar piegas, mas
no final das contas é isso que todo escritor e autor almeja: entreter as
pessoas com uma boa narrativa. Sempre penso que poder fazer alguém relaxar e às
vezes esquecer os problemas de seu cotidiano acompanhando, torcendo, xingando,
vibrando com meus personagens é meu real objetivo e de todo autor. Claro que
sempre conta o aspecto financeiro e espero poder continuar vivendo da escrita
pelo resto dos meus dias, mas nem todas as coisas na vida se resumem a
dinheiro, e literatura, decididamente, é uma delas.
DNA: Você escreve sobre fantasia. O gênero fantástico também é seu favorito como leitor? Qual seu livro favorito? Por quê?
Manoel: Ótima pergunta. Acredito que esta será uma resposta não
esperada. Não! Particularmente, não gosto tanto de literatura fantástica. Como disse
em uma das perguntas anteriores, na infância e adolescência, gostava muito, mas
de uns anos para cá, principalmente após a criação de Nildrien e outras
histórias de fantasia (sim, tenho outras rs), acabei acho que esgotando meu lado
“fantasioso”. Tem muitos livros e autores que gosto de fantasia, mas com
certeza não é o meu gênero preferido e procuro evitar o máximo possível, até
mesmo para não ser influenciado em minhas histórias. Meus gêneros favoritos
hoje em dia seriam terror e suspense, são os que mais me empolgam ao ler, mas o
que pintar em minha frente leio, até porque como diz o grande mestre Stephen
King, o trabalho de um escritor além de escrever é ler, e tento ler o máximo
possível de gêneros para deixar a mente aberta. Sobre meu livro favorito, isso
varia demais e cada época acabo tendo um, mas para não ser em cima do muro o
meu favorito e já há algum tempo é “O Grande Gatsby” do F Scott Fitzgerald. É
um livro tão sensível e verdadeiro, que retrata a alma humana e sua
complexidade de uma forma que não vi em nenhuma outra obra até hoje.
DNA: Entre tantos personagens na busca pelo pergaminho, qual você
escolheria como favorito? Por quê?
Manoel: Assim como na resposta sobre minha obra preferida, essa é
uma pergunta difícil. Costuma variar, mas eu diria que o meu personagem
preferido é o Damian, pelo esforço e pela dificuldade que ele tem de ser o
líder unindo o grupo, a maioria de amadores e muito diferentes uns dos outros
durante a missão.
DNA: Já tem algum projeto em andamento? Mais histórias de
Nildrien ou algo completamente novo?
Manoel: No momento estou finalizando os últimos detalhes da
continuação de Nildrien, que se chamará “Os Esquecidos” e tem previsão de sair
ainda este ano. Tenho em andamento vários roteiros e outras histórias, mas como
estou me dedicando ao universo de Nildrien ainda não pude lhes dar a devida
atenção. Uma destas, um livro de suspense, chamado “Por Trás da Lente” já está
bem adiantado tem chances de sair ainda este ano ou no começo de 2018. E claro
que uma vez finalizado todo o trabalho em torno do segundo volume de Nildrien,
já começarei a escrever o terceiro livro, que encerra a trilogia.
DNA: Qual você diria que foi a maior dificuldade na hora de publicar seu livro? Conta um pouco para a gente como foi o processo de publicação.
Manoel: Acredito que é o básico: achar uma editora capaz de
comprar e realizar seu sonho. Esperar as respostas e muitas vezes ter um não, ou
a falta delas. No caso de Nildrien – O Pergaminho, tinha finalizado no final de
2011, tanto que o registrei na biblioteca nacional bem no começo de 2012. Mas
permanecia mexendo no texto, adaptando e mudando uma coisinha lá e outra cá.
Acabou que o tempo passava e eu nunca estava totalmente satisfeito, até que me
dei conta de que quase nenhum escritor fica 100% satisfeito com tudo que escreve
e sempre acaba alterando o texto. Decidi então que precisava por um ponto final
e seria daquele jeito. Só enviei e negociei com duas editoras (prefiro não
revelar o nome da outra por ética) e a Novo Século. Essa primeira aconteceu no
segundo semestre de 2013 e foi uma negociação que se estendeu por semanas, no
final acabando não chegando a nenhum denominador comum e não deu em nada. Para
falar a verdade fiquei bem frustrado na época e me retirei da literatura pelo
ano de 2014 inteiro, não querendo conversar com outras editoras. Se eu tivesse
levado um não de cara teria sido melhor, pois cheguei a sentir o gosto do livro
publicado, para depois as negociações desandarem e nada sair. Foi muito
frustrante. Depois, mais recuperado do percalço, logo no começo de 2015 resolvi
mandar para a Novo Século e logo recebi uma resposta positiva, sendo a
negociação super simples e clara.
Veja também: Entrevista com Renan Bernardo, autor de A Sala do Tempo.
DNA: Para finalizar, deixe um recado para seus leitores, um
conselho para quem está começando e sonha publicar um livro e o que mais você quiser
falar.
Manoel: Bem, mais uma vez eu lhe agradeço pela oportunidade,
interesse e carinho em meu trabalho e sobretudo pelo apoio. Acho que isso serve
também para todos meus leitores, que ainda bem, crescem a cada dia que passa,
muito devido a pessoas como você, que me dão espaço e indicam Nildrien a outras
pessoas. Acho que nunca vou conseguir retribuir tanto carinho. Ao pessoal que
está começando agora digo para que devorem os livros, leiam muito antes,
durante e depois de começar a escrever. Depois, recordem-se que suas obras
podem um dia sim vir a ser “best-sellers”, mas ainda não são e tem um longo
caminho a ser percorrido, então mantenham os pés no chão e a humildade, pois
nada garante que terceiros tenham a mesma opinião que a sua, sobre aquilo que você
escreve. Por último, escrever não é uma prova dos 100 metros livre. Não adianta
nada escrever 50,100 páginas em uma semana se você for levar meses ou até mesmo
anos para voltar a ela. Costumo comparar escrever a uma maratona, então meça
suas energias, controle-as para que não falte no caminho. Mas avance sempre,
constantemente em direção à linha de chegada.
Ótimo conselho, Manoel! Obrigada novamente pelo tempinho para responder minhas perguntas e pela pessoa humilde e simpática que você é. Desejamos todo o sucesso a você e a Nildrien!
Vocês podem encontrar o autor em suas redes sociais:
Na página do Facebook você poderá encontrar textos/contos sobre o mundo de Nildrien e sua mitologia. Estou ansiosa aguardando o segundo volume da trilogia e amei saber mais sobre o autor e sua obra. E vocês, o que acharam?
Ótimo conselho, Manoel! Obrigada novamente pelo tempinho para responder minhas perguntas e pela pessoa humilde e simpática que você é. Desejamos todo o sucesso a você e a Nildrien!
Vocês podem encontrar o autor em suas redes sociais:
Na página do Facebook você poderá encontrar textos/contos sobre o mundo de Nildrien e sua mitologia. Estou ansiosa aguardando o segundo volume da trilogia e amei saber mais sobre o autor e sua obra. E vocês, o que acharam?