O filme indicado em seis
categorias do Oscar 2017 e vencedor por Melhor Mixagem de Som entrou na Netflix
recentemente e eu, como não havia conseguido assistir antes, aproveitei para
tirar o atraso. Até o último homem marcou a volta de Mel Gibson como diretor
após 10 anos e quem sabe, ele tenha aprendido com os erros.
Até o último homem é baseado
numa história real de um homem chamado Desmond Doss, que foi para a guerra e se
recusou a tocar numa arma. Doss, interpretado por Andrew Garfield, com grande
dose de patriotismo, mas sem deixar sua fé e crenças de lado, serviu como médico na Segunda Grande Guerra e salvou mais de cinquenta homens na
batalha de Okinawa, sendo o primeiro Objetor Consciente a ser condecorado.
“Com o mundo tão definido a se separar, para mim não parece ser algo ruim querer juntá-lo novamente.”
O filme é emocionante,
principalmente do meio para o final, onde Desmond se consagra como herói,
arriscando a própria vida para salvar 75 homens sem dar nenhum tiro e
completamente sozinho. O longa traz uma mensagem de fé e humildade, além de
mostrar — até com certa crueldade — o horror da guerra.
Apesar de alguns exageros, Até o
último homem justifica suas seis indicações ao Oscar. O roteiro meio caricato
em alguns diálogos e cenas, porém, bem escrito, trouxe muitas referências bíblicas e
proporcionou cenas muito bem interpretadas pelo elenco, com destaque para Hugo
Weaving, como pai de Desmond, e Vince Vaughn, como Sargento Howell. Este último
me surpreendeu por estar num papel mais dramático que os personagens leves e
divertidos que estou acostumada a vê-lo.
Fora do ambiente da guerra, o
filme mostra o romance de Desmond e Dorothy (interpretada por Teresa Palmer com
excelente atuação), que juntos, ficam a coisa mais fofa da Terra! Nessa parte,
as cenas mostram certa inocência do protagonista, mas já começamos a perceber
também sua coragem. Além disso, podemos ver um amor verdadeiro se formando,
pois Desmond e Dorothy permaneceram casados até que a morte os separasse.
Com uma ótima trilha sonora e
excelentes efeitos visuais e movimentos de câmera, Até o último homem traz um
trabalho muito bom do diretor Mel Gibson, que conseguiu mostrar as dores da
guerra e a força da fé de um soldado que permaneceu fiel aos seus princípios
até o fim.
“Eu rezava o tempo inteiro. Eu continuava rezando a Deus: ‘por favor, ajude-me a salvar mais um'. E, quando conseguia, eu dizia: ‘por favor, Deus,ajude-me a salvar mais um’.”
Não é um filme perfeito, mas é
emocionante e inspirador. Por fim, indico Até o último homem para todos que
quiserem conhecer a história de um herói, que além de tudo, foi humilde a ponto
de destacar o heroísmo daqueles que caíram em batalha, em vez de gabar-se por
tudo que fez.