Nome: Cânticos de Apego (Meu Valentim #1) | Autora: Cláudia Cassoma | Gênero: Poesia | Editora: Kujikula | Ano: 2018 | Páginas: 102
Sinopse: Odes sobre o amor cantando corações enamorados em tom ameno, enlevado e sublime.
Como já nos habitou a autora, CÂNTICOS DE APEGO é uma reunião de poemas acirrantes refertos de ternura, romance e deleitosas paixões. Em uma linguagem incandescente, o eu-lírico expõe as facetas mais profundas de corações ternamente arrebatados. Por meio de versos, Cláudia celebra olhares encantados, beijos roubados, corações conquistados, carinhos doados, vidas compartidas, — enfim, uma eufônica balada de amor.
Independente da forma, todo lídimo amor merece ser diariamente enaltecido. E, pra isso, CÂNTICOS DE APEGO é perfeito.
Poema Preferido: Deixa-me falar-te em silêncio e Amor obsoleto.
Hoje a resenha vai ser um pouco diferente. Recentemente, conhecemos uma escritora super fofa chamada Cláudia Cassoma. Ela é angolana e escreve contos e poesias e, como poesia não é o meu forte, lembrei de uma amiga da faculdade que gosta desse gênero e entende mais. Então, a convidei para ler e resenhar um dos livros da Cláudia, que é nossa parceira. Sem mais delongas, fiquem com a opinião da linda da Fernanda Pires sobre o livro Cânticos de Apego.
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Ao longo da leitura é possível ver que o amor expresso naquelas páginas é universal, são situações por que todos passamos, é o amor romântico, mas também erótico, é o começo do amor e também seu fim.
A epígrafe promete ao leitor uma Ode ao amor e, de fato, é o que se vê; muitas formas de expressar o amor – pelo outro, por si mesmo e pela poesia. São palavras intensas, mas carregadas de ternura e generosidade, uma maturidade de quem acolhe o amor, aceita a dor das partidas, entende que pode sofrer, mas que escolhe ficar para saber no que vai dar:
Em alguns poemas há o desejo de eternidades, mas há também outros do amor real, com defeitos, como pode ser visto em “amor mesmo”:
Quando comecei a ler pensei que seria mais um livro de poemas de libertação feminina diante das opressões sofridas pela sociedade machista – sem menosprezo algum por essas produções que considero tão importantes, principalmente para nós mulheres. Agora, não posso dizer com toda certeza que este não é esse tipo de livro de poemas, mas posso afirmar que se trata de uma voz mais plural, como se a liberdade da autora estivesse mais no fato de poder escrever sobre o que quer do que no conteúdo do que escreve. Os poemas desencadeiam ricas interpretações, uma vez que não há uma preocupação em representar apenas um tipo de sujeito lírico. Destaco este poema que conversa bem diretamente com o título do livro:
vamos amardesconhecemos o amanhãse poderemos estarnos resta apenas aproveitarvamos amardaqui não sairemos sem abrasarsem não mais poder andarplanos não nos pertencemnão sabemos do depoisdesprovidos somos de tal sorteentão vamos amaro agora é evidenteé nósnão sonhe, por favordescarte essa dorna saudade está a nossa paznas lembranças dessas horasvem amor, vamos amardaqui não sairemos sem abrasar
Em alguns poemas há o desejo de eternidades, mas há também outros do amor real, com defeitos, como pode ser visto em “amor mesmo”:
amor mesmoentre nós não são promessas jogadas em coitoé amor mesmonão nos vimos em músicas que não nossasentimos coisas ainda por explicarfizemos outras sem livros a ensinarentre nós não são beijos novelescosé amor mesmonão temos dia de mais amardepois de fevereiro, sempre a contarcoisa sem parentre nós não são roupas a combinaré amor mesmoveem os que sentem os nossos olhossentem os que veem os nossos corpostransparência é nosso larentre nós não são ausências de berrosé amor mesmono vigor da nossa raivanoites de amor sem nadagozo apenasentre nós não são retratos de mil palavrasé amor mesmosilêncios sorridos de momentos bem passadossilêncios vividos em momentos não faladoscoisa nossaentre nós não são dias sem penaé amor mesmocasamos nossos chorosfelizes ou outrosnão são defeitosentre nós é coisa nossaé amor mesmo
Quando comecei a ler pensei que seria mais um livro de poemas de libertação feminina diante das opressões sofridas pela sociedade machista – sem menosprezo algum por essas produções que considero tão importantes, principalmente para nós mulheres. Agora, não posso dizer com toda certeza que este não é esse tipo de livro de poemas, mas posso afirmar que se trata de uma voz mais plural, como se a liberdade da autora estivesse mais no fato de poder escrever sobre o que quer do que no conteúdo do que escreve. Os poemas desencadeiam ricas interpretações, uma vez que não há uma preocupação em representar apenas um tipo de sujeito lírico. Destaco este poema que conversa bem diretamente com o título do livro:
contestando o desapegoperpetue o sufoco dos abraçosdeixe ficar manchas do teu braçovista-me deste cheirodeixe tais traposate meus lábios no teu beijocase meu vermelho com o teuimortalize o prazer pelo corpoardendo ser só meupasse seus calos por meu rostofurte dos meus lábios um sorrisograve o encanto de tais segundosaproveitando o lento dançar dos olhosentulhe as duras pegadasnas poucas brechas que tragocom o apertar das mãosgaranta não irem aos ventos(...) contesto o desapego
Veja também a resenha de O Tempo Não Existe: Catraio-Tamborim no Morro-Aquarela
O amor não quer ser banal, quer se demorar no outro e no eu.
E, apesar do que já foi dito sobre a pluralidade dos poemas
presentes no livro, que dão o tom do caráter universal, em um deles, em particular,
é possível ver Angola:
meu poemaacompanhar-me-ão folhas da welwitschiafurtadas nas terras esquentadas do Namibesacos plásticos fartos de gingubaquissangua caso venhas a engasgar
nossos jantares serão às torcidascom as pontas dos meus dedosbolas de funge à tua bocaao se afastarem os muzumbos
nossas noites de cinemanas mais altas montanhasapressando o despedir do diasaudando as estrelas
não te vou amar de forma brancate vou curtirmeu poema será um sembaao dançar-te irás sentir
As referências vão desde a vegetação do país, com sua
jurássica welwitschia, passando por alimentos típicos, como ginguba e quissangua
e chegando à manifestação cultural do ritmo semba. E todos esses itens
colaboram para reforçar que o título “meu poema” é a reafirmação da identidade
que parece não ser só relacionada ao sujeito lírico, mas à poetisa. E fica claro
na última estrofe que ali o amor não será “de forma branca”.
O que
posso dizer aos leitores do DNA Literário é que gostei e recomendo o livro de
Cláudia Cassoma, mas não esperem ter as mesmas impressões que tive. A leitura
de poesia é mais solitária, é aquilo que te toca a partir de suas experiências
que, certamente, não são iguais às minhas. E a beleza é essa.
Para finalizar, gostaria de indicar outros títulos que me
chamaram a atenção, por enquanto. Porque também não somos os mesmos o tempo
todo e podemos mudar nosso olhar. Aqui vão: Esbanjamento; Cânticos 9; Em teus
braços; Coração tenaz; Vamos amar; Chore,
amor meu; Amor obsoleto; Deixa-me falar-te em silêncio; Quero-te nua; Reembolse
o meu amor.
Por: Fernanda Pires
E essa foi a resenha colaborativa de hoje, espero que vocês tenham gostado. Se alguém quiser fazer uma participação especial aqui no blog, só enviar um e-mail para tributo.literario@gmail.com com.
que poemas lindos!
ResponderExcluiro livro parece ser ótimo e tua resenha ficou muito boa ♥
Olá! Muito obrigada!! <3
ExcluirOi Carla =)
ResponderExcluirMuito obrigada por indicar esse livro, me parece ser uma ótima leitura e eu que adoro poemas então, entrou pra minha listinha com toda a certeza.
❤❤
Beijos de Luz,
Marina | www.meudoceapartamento.com
Eu que agradeço! Fico feliz que tenha gostado haha Quando ler, me conta depois o que achou. Beijos!! ♥
ExcluirPrefiro mais histórias e ficção do que poemas, mas ultimamente tenho lido alguns parecidos. Gostei bastante das fotos e da resenha da sua amiga, é sempre bom quando vcs acrescentam trechos dos livros, conseguimos nos identificar mais ainda com a história.
ResponderExcluirEu também sou mais da ficção do que da poesia, apesar de achar bonita essa arte. As fotos foram feitas pela Rita aqui do blog, ela é ótima com isso haha E concordo, é bem legal quando tem trechos do livro nas resenhas, sempre tento colocar um ou outro. Muito obrigada!! Beijos!
ExcluirNão sou muito fã de poesia, mas achei muito lindo o texto "vamos amar", sim, temos que amar sem pensar no amanhã, para que possamos viver esse sentimento intensamente.
ResponderExcluirBeijos
www.camilaporai.com.br
Eu também não sou tão chegada em poesias, mas tem umas que realmente são lindas, como essa!
ExcluirBeijos!! ♥
Amo leituras em geral, mas poemas não são meu forte. Gostei do modo como a Fernanda analisou o livro, mas de fato leitura de poesia pode ser interpretada de várias maneiras, não é?!
ResponderExcluirUm beijo!
www.negavaidosa.com.br
Muito obrigada haha a Fernanda arrasa!! E com certeza, a poesia toca cada um de maneira diferente, trazendo interpretações distintas. Aliás, acho que a literatura de uma forma geral tem essa magia, não só a poesia, né? haha
ExcluirBeijos!!
Não sou muito fã de poemas por isso livros assim não chamam tanto a minha atenção mas gostei dos poemas colocados no post, foram muito bem escritos. Já tinha ouvido falar desse livro mas não sabia que a autora é angolana, gostei de saber disso. Acho que até agora nunca li nenhum livro de algum autor angolano.
ResponderExcluirÓtima resenha :)
Muito obrigada! haha Nunca é tarde para começar, hein? hahaha Se não gosta muito de poesia, a Cláudia tem outros livros também, de contos. Dá uma olhada nesse aqui: https://amzn.to/2Gkf6O4
ExcluirBeijos!!
Poemas são sempre encantadores , adorei sua resenha
ResponderExcluirOlá! Muito obrigada! haha
ExcluirBeijos!
Eu nunca cheguei a ler um livro de poesia e nunca tive vontade, mas esse me parece realmente interessante
ResponderExcluirSempre é bom sair da zona de conforto, ás vezes é bom dar oportunidade a coisas diferentes, de repente você gosta.
ExcluirBeijos!
Que profundo gente hahahah alguns poemas são sensuais né? Hahahah gostei de sua resenha e as fotos ficaram lindas demais 😘
ResponderExcluirAcho que a autora tem essa pegada de mulher poderosa, sabe? haha Em breve, lerei um livro de contos dela, trarei a resenha aqui também. Muito obrigada! haha
ExcluirBeijos!