A surpresa ao começar o filme foi ver a Melissa McCarthy de um jeito que eu não estava acostumada. A atriz, que por anos interpretou Sookie em Gilmore Girls, e recentemente esteve no novo Ghostbusters, me surpreendeu em Poderia me Perdoar? e realmente me fez entender sua indicação para Melhor Atriz.
O filme é a biografia da escritora Lee Israel, que ao passar por problemas financeiros, começa a forjar cartas de importantes nomes do cinema e da literatura, e passa a vendê-las. Apesar de ser claramente crime.
Contudo, temos uma narrativa ainda mais aprofundada. Percebemos diversos pontos sobre a vida de Israel: seu problema com álcool, sua dificuldade em manter relações sociais, bloqueios criativos e também a dificuldade de ver seu trabalho ser reconhecido.
Mesmo sendo um filme que tem uma pitada de comédia, principalmente pelas cenas que envolvem o inesperado novo amigo de Lee, Jack Hook, eu senti a solidão muito presente na narrativa. Assim, é realmente interessante acompanhar a vida de uma mulher que vive sozinha com seu gato e luta para escrever, ter seu trabalho valorizado e mesmo assim recorrer à outros meios para sobreviver.
McCarthy estava incrível e, de fato, conseguiu me emocionar muito e explorar minha empatia pela personagem. Acredito que ela é um nome muito forte na premiação desse ano. Richard E. Grant, da mesma forma, se destaca como coadjuvante e foi responsável por ótimas cenas. Ambos são boas apostas. Que dupla, meus amigos!!
Para constar, Lee Israel se tornou conhecida ao escrever biografias de famosos nos anos 70 e 80, e por se envolver com falsificações literárias. Leonore Carol Israel nasceu em Nova York em 1929, e morreu aos 75 anos em 2014.
Além de Melhor Atriz (McCarthy), Poderia me Perdoar? também concorre em Melhor Ator Coadjuvante (Grant) e Melhor Roteiro Adaptado.
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