Esse é o mês do Oscar e a gente tá na correria para tentar
assistir tudo. Um dos concorrentes a melhor filme (e outras categorias) é
Infiltrado na Klan, baseado numa história real de um policial negro que se
infiltrou na Ku Klux Klan, adaptado do livro homônimo e autobiográfico de Ron
Stallworth.
Para mim, que não conhecia a história, foi muito
interessante saber que, de fato, existiu alguém capaz de enfrentar um grupo racista e poderoso. Ainda mais esse alguém sendo negro (com um judeu como parceiro), a quem os membros da KKK mais odiavam. É um filme bom para perceber
como o racismo é institucionalizado e como é a luta diária de um negro na
sociedade. O filme se passa na década de 1970, onde o racismo era ainda mais
forte, mas quatro décadas depois ainda vemos o preconceito tomar conta das
pessoas. Por isso é tão importante estarmos atentos para não propagarmos ainda
mais ódio, mesmo em pequenas ações. O filme mostra justamente que o racismo não
ficou na década de setenta, mas permanece em discursos de homens importantes
como Trump, além de David Duke, ex-líder da KKK, que continua negando
o holocausto e incentivando o nacionalismo branco em pleno século XXI.
Este filme tem cenas revoltantes e ao mesmo tempo é inspirador,
pois mostra que não importa a forma que você lute, desde que você nunca deixe
calarem sua voz. Ninguém deveria se sentir inferior, menos bonito ou
inteligente que alguém, apenas pela cor da pele. Ou pela religião. Ou gênero.
Ou orientação sexual. Seja quem for ou em que(m) você acredita, desde que
você não faça mal a ninguém, não há nada pelo que se envergonhar.
Um elenco maravilhoso compõe Infiltrado na Klan, com destaque
para o protagonista Ron Stallworth interpretado pelo John David Washington, que
nem parecia estar atuando de tão natural que parecia, e o nosso galã feio de
Star Wars, Adam Driver, como Flip Zimmerman. Spike Lee fez um ótimo trabalho
nessa adaptação, onde as ideias racistas são criticadas sem fazer o filme ficar
sério demais ou de menos. Uma aula sobre racismo com um professor bem didático.
Está concorrendo em melhor filme, melhor diretor, melhor trilha sonora, melhor ator coadjuvante com Adam Driver, melhor roteiro adaptado e melhor edição. Os concorrentes estão fortes, mas em roteiro adaptado é certeza que Infiltrado na Klan leva, pelo menos é o que eu acredito e torço. Nas outras categorias ainda está tudo indefinido pra mim.
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