[Resenha] Inferno no Ártico, da Claudia Lemes

Nome: Inferno no Ártico | Autora: Cláudia Lemes | Gênero: Terror/Suspense| Editora: Independente| Ano: 2018 | Páginas: 308
Sinopse: Assassinatos bizarros abalam a cidade de Barrow, Alasca, durante o período de dois meses de noite polar. A detetive brasileira Barbara Castelo desconfia que seu primeiro caso de homicídio tem ligações com ocultismo, e precisa superar suas diferenças com o parceiro, Bruce Darnell, além de sua fobia do escuro, para encontrar o serial killer antes que ele consiga completar sua missão macabra.
Trecho favorito: "- O que ele respondeu? Quando você perguntou como se sabe qual é a coisa certa?
- Sempre a mais difícil."

Adquiri Inferno no Ártico ainda em pré-venda, quando a autora estava arrecadando dinheiro num financiamento coletivo para publicá-lo de forma independente. E o livro ficou simplesmente incrível! Tanto visualmente falando, quanto no seu conteúdo.

Inferno no Ártico é um thriller impecável sobre assassinatos sinistros que começam a ocorrer na cidade de Barrow, no Alasca, assustando os moradores que não estão acostumados a crimes desse nível num lugar tão pequeno. A protagonista é Barbara Castelo, uma detetive brasileira que tem fobia de escuro e foi para o lugar em que a noite dura vários meses. Seu primeiro caso de homicídio tem indícios de ocultismo e pode estar relacionado com um serial killer que não vai parar até conseguir completar sua missão. Para resolver este caso, Barbara precisará superar sua fobia, assim como as diferenças com o parceiro Bruce Darnell, com quem não se dá muito bem, além de ter que lidar com os julgamentos dos cidadãos, que querem o culpado preso imediatamente.
A história é ousada, o serial killer é medonho, diferente de tudo que já li na ficção (e acho que nunca vi um caso parecido na vida real também, ainda bem). Com uma narrativa viciante, até mesmo as cenas mais tensas e difíceis de se ler, você consegue terminar a leitura em pouco tempo, porque simplesmente você não consegue parar. As descrições são dolorosamente precisas e, em alguns momentos, assustadoras e pesadas, mas quanto mais as coisas ficam bizarras, mais você quer saber o desfecho e ele não decepciona.

"Sempre chega o dia em que percebem que não viram de tudo ainda. Não existe "tudo"; a maldade humana não conhece limites."

O interessante é que o foco do livro não é no serial killer, apesar de sua clara importância para a história, mas na vida dos detetives e, em especial, Barbara. Ela é uma protagonista de tirar o fôlego, com um passado super fascinante que explica muitas de suas atitudes e abre o gancho para o crescimento da personagem. Bruce é outro personagem bastante interessante, porque nele a gente entra num dilema com nossos sentimentos. Comecei odiando ele e aos poucos esse ódio foi diminuindo, como se a intenção da autora fosse justamente envolver o leitor nessa lábia, sendo que o Bruce não foi criado para ser um queridinho, mas você acaba gostando dele em algum momento (ou, no mínimo, não odiando).


Inferno no Ártico é bem mais que um suspense com um serial killer fora do comum. Ele te faz refletir sobre o machismo enraizado em nós, sobre família, traumas e também sobre confiança. Os detalhes desse livro mostram como as atitudes das mulheres são muito mais julgadas que a dos homens, deixando clara em algumas cenas e, em outras, deixa essa reflexão exclusivamente para o leitor mais sensível, já que há muitas outras situações bizarras acontecendo.


É um livro que não indico para leitores sensíveis, mas acho necessário para todo fã de literatura policial, é de arrepiar até o último fio de cabelo.

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